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Mostrando postagens de 2012

Carta para Selene.

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O enterro. Há seis meses enterrei minha esposa. Hoje enterro minha filha, são quatro horas da tarde no cemitério de Jacareí. Passei o dia ouvindo frases de elevação moral “Ela esta do lado de Deus”, “Ela esta em algum lugar melhor”, “Deus sabe o que faz”. Nem imaginam a discussão que tive com “ELE” na capela do hospital. Iris era o nome de minha filha. Eu, meu irmão e dois primos conduzíamos o caixão para o setor antigo do cemitério, algo me tirou a atenção, uma menina, quinze a dezesseis anos, vestida de preto e seu batom era roxo, ela levantou delicadamente o rosto e lagrimas escorriam. Chegamos ao local, à gaveta estava já aberta e o padre que minha mãe arranjou começou o seus dizeres, eu não me lembro de nenhuma palavra dita, minha atenção estava em Iris. Um pequeno reflexo me distraiu, era a menina de preto próxima ao tumulo dos barões. Meia hora depois minha filha já estava no tumulo de granito de minha família, o pior foi os pêsames, as mesmas palavras sendo r

Tereza

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Tereza voltava para sua casa, em sua mão uma sacola com uma   garrafa de pinga e outra de conhaque. Sua pele manchada e corpo obeso escondem a beleza de outrora, apenas seus olhos verdes ficaram. O trabalho de gari foi árduo, o pior era quando a molecada caçoava. - Tereza cafetina. - Terezinha cafetina. Sua historia era conhecida em toda cidade. Chegou em casa, deixou as duas garrafas em cima de uma mesinha de canto, foi à cozinha e voltou com um copo americano, abriu a garrafa de pinga e tirou uma dose da metade do copo, tomou em um gole só, fechou os olhos e respirou, voltou para a cozinha e requentou a sopa do almoço. Após a sopa foi com seu copo até a mesinha, colocou outra dose de pinga e tomou. - Mãe! Olhou de um lado, de outro. - Mãe! E finalmente viu o fantasma de sua filha maior num dos cantos do cômodo. E disse. - O que você quer. Já falei para vocês não aparecerem mais aqui. - Por que você fez aquilo com a gente? - Você Cátia, disse Terez

Meninas e Meninos

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Meninas novas meninas velhas algumas belas Nas praças nas ruas nas aquarelas Como pombas  atrás de migalhas vendem seus corpos por nada  Meninos pobres, meninos sujos, alguns espertos. Nas praças, nas ruas, na literatura. Não tomam tubaina, não são craques da bola, morrem pelo subproduto da cocaina.

Durante a nossa vida:

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Durante a nossa vida: Conhecemos pessoas que vem e que ficam, Outras que, vem e passam. Existem aquelas que, Vem, ficam e depois de algum tempo se vão. Mas existem aquelas que vem e se vão com uma enorme vontade de ficar... Charles Chaplin

Sua Beleza!

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Mulher! Não são apenas meus olhos. Meu coração! Meu espírito! Minha alma! O resto do meu eu! Nota sua beleza!

Liberdade

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30.000 anos atrás Prometeus  estava acorrentado no alto de uma montanha, a águia já fez sua refeição, uma nuvem se aproximou, sobre ela Zeus. - Prometeus – Cansou de mandar seus filhos e lacaios. - Zeus – Você sabe o que me traz aqui. - Prometeus – Filho que ainda não nasceu. - Zeus – Me diga que serei piedoso. - Prometeus – Não quero sua piedade. - Zeus – Sua liberdade. - Prometeus – Isto é muito pouco. - Zeus – Nossos pais e tios não podem ser libertados. - Prometeus – Isso não foi pedido! - Zeus – Então digas o que queres? - Prometeus – A cada inverno que passa, essa informação se torna mais valiosa, se minha tortura é física a sua será na alma. - Zeus – você sabe que posso te destruir. - Prometeus – O faça e será seu mais estúpido erro. - Zeus – Que os milênios destrua seu orgulho. - Prometeus – Não sou eu que tenho pressa. Zeus se afasta da montanha em sua nuvem. 10.000 anos atrás Zeus se aproxima da montanha em