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Carta para Selene.

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O enterro. Há seis meses enterrei minha esposa. Hoje enterro minha filha, são quatro horas da tarde no cemitério de Jacareí. Passei o dia ouvindo frases de elevação moral “Ela esta do lado de Deus”, “Ela esta em algum lugar melhor”, “Deus sabe o que faz”. Nem imaginam a discussão que tive com “ELE” na capela do hospital. Iris era o nome de minha filha. Eu, meu irmão e dois primos conduzíamos o caixão para o setor antigo do cemitério, algo me tirou a atenção, uma menina, quinze a dezesseis anos, vestida de preto e seu batom era roxo, ela levantou delicadamente o rosto e lagrimas escorriam. Chegamos ao local, à gaveta estava já aberta e o padre que minha mãe arranjou começou o seus dizeres, eu não me lembro de nenhuma palavra dita, minha atenção estava em Iris. Um pequeno reflexo me distraiu, era a menina de preto próxima ao tumulo dos barões. Meia hora depois minha filha já estava no tumulo de granito de minha família, o pior foi os pêsames, as mesmas palavras sendo r